PERDA E FRAGMENTAÇÃO DO CERRADO NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO LAGO DE PALMAS, TOCANTINS
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Resumo
Conter o desmatamento, proteger as paisagens naturais e conservar a diversidade biológica são prioridades que vem sendo efetivadas com o estabelecimento de unidades de conservação. No entanto, o alcance desses objetivos são mais frágeis nas unidades de conservação de uso sustentável, ao permitirem diferentes formas de usos, ocupação e extração de recursos. Nessa categoria, a área de proteção ambiental - APA, é a mais comum e abrangente. No Tocantins, a APA do Lago de Palmas, foi criada como contrapartida para obtenção da licença ambiental da UHE Luiz Eduardo Magalhães e ainda hoje carece dos instrumentos básicos de gestão. Diante das evidências sobre a perda de cobertura vegetal nativa nos seus limites e do cenário de incertezas sobre o papel desempenhado pelas APAs na conservação da diversidade biológica, realizamos uma análise temporal das transformações do uso e cobertura da terra na APA do Lago de Palmas, e avaliamos o desmatamento para fins agropecuários e a urbanização, como potenciais vetores de transformação ambiental na APA. Após quinze anos desde sua criação, as áreas antropizadas tiveram um incremento de 83,03%, enquanto a cobertura vegetal nativa foi significativamente reduzida, restando um pouco mais de um terço da área original. A agropecuária e a urbanização foram as atividades mais impactantes sobre as áreas de vegetação nativa. Dentre as formações vegetais remanescentes o campo, carrasco e a floresta estacional semidecidual são fitofisionomias com elevada riqueza florística, contendo espécies raras e endêmicas, além de fauna singular, demandando ações mais efetivas para sua conservação. A implementação do plano de manejo e do zoneamento com critérios técnicos, são medidas urgentes e necessárias para conter a perda e fragmentação da vegetação nativa e conservar a biodiversidade na APA do Lago de Palmas.
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